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FROM AFAR IT WAS AN ISLAND/
DE PERTO UMA PEDRA, João Fiadeiro, 2018
Conceito e Direção: João Fiadeiro
Co-direção: Carolina Campos /Leonardo Mouramateus
Performance e Co-criação: Carolina Campos / Adaline Anobile / Márcia Lança (Nuno Lucas) / Iván Haidar / Julián Pacomio.
Captação Sonora em Tempo Real: João Bento
Luzes: Leticia Skrycky
Espaço: João Fiadeiro e equipa (a partir do espaço cénico de From afar it was an island de Nadia Lauro (cenografia), Gabriela Forman (figurinos) e Bruno Bogarim (objetos))

"From afar it was an island" e "De perto, uma pedra" são coreografados com gestos armazenados pelo cinema, todo “escrito” com essas “palavras”, e com a tensão que é mantida no interior desses fragmentos. Um conjunto de mais de uma centena de filmes dos quais foram extraídas pessoas que se vestem, caminham, param, esperam, conversam… O raccord, próprio da linguagem cinematográfica, será o princípio capaz de articular relações entre esses gestos: alguém enche um copo de água na mesa da sua cozinha CORTA PARA outro alguém que derruba um copo de vodka no balcão de um bar. Na mesa de edição o raccord que uniria esses dois gestos não esconderia o salto espacial e temporal que separa as duas cenas, que podem, inclusive, ser de dois filmes diferentes. No teatro, no entanto, temos a unidade espacial e temporal do palco, e temos o corpo que se apropria e une as duas cenas, sem que possamos notar o instante exato em que uma cena acaba e outra começa. Os gestos acumulam-se, o futuro não é previsível e o passado não é escrito. Os gestos são contidos no presente da sua própria presença, e no entanto continuam. Em "From afar it was an island” o gesto fixado pelo cinema é possuído pelo fantasma do gesto da dança: o esquecimento.”
Leonardo Mouramateus