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NEM TUDO QUE FAZEMOS TEM QUE SER DITO..., Cáudia Dias, 2014
Conceção e direção: Cláudia Dias
Interpretação: Cláudia Dias e Cecília Laranjeira
Participação especial: Carolina Campos, Daniel Pizamiglio, João Bicho, Karas e Sílvia Pinto Coelho
Texto original: António Pinto Ribeiro
Texto adicional: Jorge Feliciano
Direção técnica: Carlos Gonçalves
Iluminação: Nuno Borda D’Água
Música: Saiba, Arnaldo Antunes
Acompanhamento crítico: João Fiadeiro
Coprodução: Maria Matos Teatro Municipal
Apoio: Fundação Calouste Gulbenkian
Apoio residências: Inteatro — Centro Internazionale Di Produzione Teatrale, DeVir/CAPa, Fórum Cultural José Manuel Figueiredo/CEA.VA, Re.Al, Circular — Festival de Artes Performativas e Alkantara

Em Nem tudo o que fazemos tem de ser dito, nem tudo o que dizemos tem de ser feito assumo a centralidade que o texto foi ganhando nos meus últimos trabalhos, mas liberto-me da autoria da escrita. Contudo, assumo inteiramente a responsabilidade da linguagem ao fornecer aos autores do texto a matéria-prima — as palavras. Mas que palavras fornecer sem condicionar, à partida, o conteúdo do texto, tornando o ato de desresponsabilização da autoria numa mera estetização? Decido então fornecer palavras que não me pertencem. Encontro um texto de António Pinto Ribeiro escrito para o jornal Público e, desorganizando o seu encadeamento, envio uma listagem de palavras aos autores. Livre da escrita posso dedicar-me então à inscrição. Neste sentido, será esse o objetivo central e político desta nova criação — inscrever — para que o que é dito e escrito não se dilua, impune, num etéreo e efémero espaço, mas que ecoe publicamente e sejamos todos responsabilizados pelo que vinculamos. Para que haja memória. E talvez seja esta a característica mais distintiva desta peça, relativamente a anteriores, a consciência de que o teatro é também espaço de inscrição.
Cláudia Dias