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Bolsa de investigação e experimentação de La Escocesa 2020
SUBCINEMA
(investigação)
investigação
A economia da atenção contemporânea e a visão computacional nos dão boas evidências do programa de visão por vir, um olho objetivo e exausto, onde o campo físico visível se esgota e é sempre muito menos atraente que as telas, o contentor central da visibilidade dinâmica. Podemos conceber esse esquema de gerenciamento da atenção como um problema de edição do visível, uma forma de modular a atenção e a duração e colocar o movimento dos olhos precisamente no centro do capital. Essa gestão leva à produção de dois tipos de visão: o olho focado e o tubular, que está imerso em um centro e não consegue enxergar contextos e relações, mais vinculadas ao que o neoliberalismo denomina trabalho. E o olho desencarnado e superficial, completamente desafetado, é movido por qualquer armadilha da atenção, ligada ao que o neoliberalismo chama de procrastinação. É na diferença de potencial entre esses dois tipos de visão que se forjam o controle do movimento e a cinética neoliberal. A partir daí nos perguntamos se a máquina que modula a atenção é um problema de edição e montagem, como mostram as estruturas algorítmicas das redes sociais que nos constroem a ordem do que vemos, por exemplo, poderíamos tentar reeditar o visível, em uma espécie de atletismo, uma desdomesticação do olho, para manter sua astúcia?
Neste projeto, iniciado no marco do Programa de Estudos Independentes do MACBA (2019-2020), Carolina Campos e Rafael Frazão investigam desde as ferramentas do cinema e da performance, maneiras de esticar e habitar a fronteira entre o mundo e a imagem do mundo. Fazem filmes, publicações e práticas que experimentam modos de re-ficionalizar o território em tempo real.

Experimentam com a microcinética, outros modos de percepção e modulação da atenção, especialmente na relação entre o nosso corpo e o espaço público.
Uma série de práticas chamadas Práticas de Reedição do Visível, são exercícios para perceber a percepção, experimentando ativar uma ciência especulativa de anti-sequestro do olho.

Residência - La Visiva - Barcelona
Workshop no contexto ARAR - La Caldera
Workshop e apresentação da investigação em TEA - Tenerife
Um dos desdobramentos dessa investigação se dá a partir do texto The Carrier Bag Theory of Fiction da escritora estadunidense de ficcão científica Ursula
K. Le Guin, que propõe uma teoria da ficção que revisa a história não a partir do herói e sua arma, mas a partir das bolsas, da sacolas, dos contentores, como mitologia fundadora do humano.
Carolina e Rafael propõem um conjunto de exercícios coletivos de observação e coleção de experiências no espaço público, para construir, em grupo, um filme sem câmera.
Em colaboração com o artista Ibon Salvador, em sua investigação ASSEMBLAGE, compartilham experiências ao redor das relações entre o cinema, a coreografia.
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